segunda-feira, 8 de outubro de 2007

A "questão religiosa".


Nenhum Estado se pode fundamentar, apenas, numa concentração de poder e num exercício coercivo do mesmo, por muito que isso seja irrenunciável; deve também levar a cabo, acções positivas que assegurem a legitimidade, sendo necessárias ligações, graças às quais, as pessoas prestem uma obediência prevalentemente voluntária. E seria de igual modo uma ilusão pensar que um ordenamento estatal pudesse viver da concessão da liberdade individual auto-referencial, sem um vínculo unificador comunicando um sentimento do “nós”, prè-existente a esta liberdade- Ernst-Wolfgang Böckenförd, in La Repubblica de 6.10.2007.

Tem isto a ver com a verdadeira “questão religiosa” que os adeptos do laicismo, entre nós, pretendem atiçar, ainda que o neguem como lhes convém. Hoje mesmo Rui Tavares, um dos apoiantes ideológicos do movimento, escreve no Público mais uma acha para a fogueira acesa, procurando desconversar o sentido da ofensiva laicista.
A história das “capelanias hospitalares”, não é uma questão menor, embora o pareça. É apenas o mais recente episódio do ataque aos sentimentos religiosos de uma população. Sim, população. Portugal, não é um país laico, embora o Estado o seja e assim deva ser.
Mas existe uma diferença entre um Estado secularizado e um Estado que ataca a liberdade confessional, impondo restrições à liberdade de expressão religiosa existente e com séculos de tradição cristã e católica em particular. Um Estado que afronta os sentimentos religiosos de uma população , exerce uma violência sobre si mesmo, porque renega as raízes culturais e religiosas de todo um povo. Salazar compreendeu isto mesmo e Caetano seguiu as passadas. Não consta que qualquer um deles fosse crente fervoroso e beato.
Este poder socialista, laico e republicano, prescinde alegremente de tais considerações históricas e análises sociológicas, por mor de um laicismo directamente herdado do ateísmo. A questão religiosa, actualmente viçosa no Portugal de hoje, assenta nisto: na contradição entre o sentimento laico de uns poucos militantes do ateísmo, com assento firme na intelligentsia e no poder político e o sentimento religioso, profundo e visível em peregrinações de centenas de milhar de pessoas, extensível a todo um povo, por força dos símbolos visíveis em cada esquina, em cada freguesia e em cada lugar recôndito das consciências da maioria. O Estado português não pode prescindir de conceder atenção particular, nesse aspecto religioso, a um povo que ainda se lembra dos ritos e costumes tradicionais, ligados às práticas religiosas centenárias e que criaram raízes seculares. A identidade do povo português não é laica nem ateísta, por muito que o possam desejar os corifeus do ateísmo. E por isso mesmo, uma minoria de jacobinos, não tem o direito de impor ideias peregrinas a todo um povo, manipulando os conceitos legais que não traduzem sequer o que eles desejam como norma.

O equilíbrio entre o poder secular e o sentimento religioso do povo, não prescinde de análises pontuais e delicadas, nas medidas legislativas e de poder político a tomar por quem governa de momento. Um Estado não pode prescindir totalmente das próprias raízes e elevar-se a um puro Estado racional que o prive do perfil cultural enraizado e que lhe é próprio, como outros já disseram.
Daí, segue que nem sequer é legítimo que se arrase todo este conceito, quando se nivelam na lei e no direito, todas as manifestações exteriores da religiosidade. Nenhum país faz isso e nenhum povo aceita isso pacificamente. Pode vir a aceitar mais ou menos manifestações de tolerância, mais ou menos concessões de liberdade ao outro, mas ensina a História que os conflitos religiosos são dos mais sangrentos e temos exemplos recentes disso mesmo. Logo, todo o cuidado é pouco nestas matérias e toda a atitude de bota repressora e ideologicamente cardada, nestas matérias, lembra inapelavelmente os tempos dos ditadores sanguinários que os laicistas, curiosamente, esquecem. Estaline, Mao e outros tentaram eliminar todo o ópio do povo, no seu tempo. Fizeram-no do modo brutal que é conhecido, mas poucas vezes denunciado e conseguiram apenas reprimir e eliminar as aparências, porque a essência manteve-se. “Não há machado que corte a raiz ao pensamento”, como se sabe.
Por cá, o modo brutal, foi mais brando e ideológico. Afonso Costa, encarregou-se no início do século de proclamar o fim da religião do Estado e afiançou o fim da religião total, para dali a duas gerações. Tratou mal a "padralhada", nacionalizou, expropriando, conventos e edifícios da Igreja; expulsou e reprimiu comunidades religiosas.
O ópio do povo, deixaria de ser a religião e passaria a ser a República laica, com o seu cortejo de jacobinos encasacados no poder de mandar.
Seria bom que os jacobinos actuais, com destaque para Vital Moreira, não esquecessem que nem assim foi possível erradicar o que mais temem: a religiosidade intrínseca de quem acredita em Deus ou pelo menos numa Entidade que nos criou e ao Universo onde estamos.

29 comentários:

zazie disse...

Está aqui a explicação. Há prioridades em tudo.

Finalmente, diz-se que não se deve brincar com a igreja por uma questão de respeito para com os outros. Falemos então do respeito para com os outros. A Igreja em Portugal, na minha opinião, tem de o praticar bastante mais. Hoje em dia, o proselitismo religioso extravazou o espaço já de si generosíssimo que a lei lhe deu sem mais exigências. Nos media encontramos religiosos de todas as estirpes a fazerem a sua doutrinação. A Igreja Católica tem uma Universidade, paga também com dinheiro do Estado, e onde a liberdade de expressão não é a norma. Lobbies como a Opus Dei ou os Legionários de Cristo têm mais poder neste país (presidentes de bancos, ministros, até a segunda figura do estado) do que qualquer outro dos famigerados lobbies que preocupam tanta gente. Quando as inaugurações de edifícios públicos têm sempre de contar com a benzedura de um bispo; quando um jovem ateu ou agnóstico tem de ver símbolos religiosos em quase todas as escolas públicas; quando os religiosos acham que nada disto faz mal (mas faz sim; pelo menos aos dez por cento de não-católicos que são tão cidadãos como os outros), quem é afinal desrespeitado neste país?

Antónimo disse...

Então vamos lá a ver:

Você, José, não é magistrado? Então, o interessante era discutir isto:

"Pelo contrário, o diploma permite a assistência fora das horas das visitas e pedida a qualquer momento por amigos, familiares ou pelo próprio. Os empregos na função pública estão garantidos até à reforma. O estado vai continuar a pagar a assistência religiosa. Quem não tem religião não tem direitos (em contrapartida, exigirei um professor de filosofia ou um lanche reforçado pelos meus impostos). E agora que nós mortais começamos a ter acesso a toda esta timidez em forma de texto, só há duas explicações para a “polémica”: ou os bispos não souberam ler o diploma, ou induziram o público em erro sobre o seu conteúdo."

Eu não conheço o diploma e nem sequer estou certo de estar equipado para o discutir. Se o tal Tavares tem razão, acabou a conversa. E acabou de maneira muito pouco elogiosa para os bispos portugueses. Se não tem, é dizê-lo e demonstrá-lo. Conversas á volta, sobre a maldade do estado jacobino (!), é deixá-las para o professor de filosofia que o tal Tavares querereria à cabeceira do hospital.

josé disse...

O que é que o magistrado tem a ver com isto?
Isto é um processo civil ou criminal?

Então, vamos lá a ver: o postal vai um pouco mais além e resume a ofensiva laicista que se sobrepõe à tradição e costume de todo um povo.

Sob a capa da reivindicação de cumprimento da constituição e da Concordata, escrevem-se coisas incríveis.
A última tem a ver com os gastos públicos que os capelães representam para o erário público e o facto de a Igreja ter vindo com o argumento do apoio do Estado.

Apoios do Estado? Querem que comece a enumerar os apoios do Estado?

Começo logo por uma Fundação- a do Mário Soares. Mas que raio de fundação é aquela que precisa de apoio do estado para sobreviver?
Quem não tem dinheiro não tem vícios.

Antónimo disse...

Ou seja, o tal do Tavares tem razão e ponto final. "Ou os bispos não souberam ler o diploma, ou induziram o público em erro sobre o seu conteúdo."

(Antes de andarem ali pelo Limoeiro, creio que os magistrados frequentaram Direito, adquirindo uma competência jurídica que tornaria a sua leitura do tipo de diplomas em questão especialmente relevante. Mas, se calhar, estou enganado.)

zazie disse...

Mentira .O tal Tavares não tem razão. Ele é manhoso e só vai atrás quem é parvo. Tenho lá no Cocanha o resto que ele não disse.

O documento que agora quer ser aprovado é outro. Desapareceu aquele acerca de que ele fala.

Depois fica a pergunta: mas se sempre foi assim e ninguém se queixou, porque merda lhes dá agora para tanto brado?

O Tavares mente. Está em vigor há anos uma participação que agora se quer mandar para o lixo.

Uma das coisas que mais me irrita no jacobinismo é precisamente esta.

Invertem a ordem da lei. Não é a lei que é moral. A lei é produto da moral social.
Os jacobinos não são apenas ateus, são mestres na ditadura da lei e na casuística para alterar o sentido histórico de uma sociedade.

Por isso é que a um jacobino eu mando passear se me vier com tretas de totalitarismos ou perseguições a minorias.

Porque um jacobino é, por definição, um totalitário que usa a lei para perseguir o que não lhe agrada.

Neste caso é jacobino todo o arrogante que acha que o mundo começou no dia em que nasceu e que quer impedir a Igreja do seu papel histórico e social, apenas porque é órfão do demo.

zazie disse...

Sorry, José

Passo-me com estas coisas

":O))))

É que passo mesmo. Então quando me vêm citar o Tavares que é dos maiores trafulhas da história que apareceu por aí...

Ainda há pouco tempo teve de corrigir aquela vergonha de artigo a propósito das judiarias e do comércio da baixa.

Era uma fraude histórica do princípio ao fim.

Neste caso é outra fraude. Mas as pessoas gostam e nem averiguam. Cheira-lhes que é dos deles e vá de papaguear.

zazie disse...

Está aqui a mentira e os documentos que agora apresentam depois de fazerem desaparecer o que já tinha sido aprovado

Disto não fala o Tavares porque é um manhoso fraudulento.

zazie disse...

Eu não percebo como é que gente inteligente e capaz de pensar pela sua própria cabeça ainda vai atrás das croniquetas de manha daquele puto.

Palavra que não entendo. O que é que ele sabe de leis ou o que é que ele investiga para se acreditar que é jornalista?

Ele escreve nos jornais poesia. A mesma poesia que escrevia no Barnabé. Também aí dizia que a irmã Lúcia estava sequestrada .Até fez um manifesto pela sua libertação.

Pergunta-se: o melro ao menos estudou ou sabe em que consiste a regra das Carmelitas?

O melro alguma vez entrevistou a irmã Lúcia para fazer aquela anormalidade?

E diz-se historiador com estas fraudes?
Alguém era capaz de publicar um trabalho sobre o sequestro de uma freira com estas inventonas de agit prop?

E dão-lhe ouvidos porquê? somos todos ceguinhos e analfabetos para precisarmos de dar carta branca a manhosos?

Antónimo disse...

É pá, ó Zazie, não te enerves. Eu não li o diploma, tu não deves ter lido. O tal Tavares (sobre quem estás especialmente bem informada) diz que conhece o texto: o que eu pedi ao José foi que se pronunciasse, precisamente na qualidade de quem lida com leis - a resposta foi a que viste. Portanto, conclui: ponto para o tal do Tavares e, por mim, ponto final no assunto do post do José. Podes insultar o tal do Tavares, a mãe dele, podes ir buscar textos dele de milnovecentosecarcaquejas (naquilo, que se fosse outro, não duvido que chamarias "processo de intenções estalinista") para demonstrares que é movido por maus intentos: que, como se diz em politiquês, nada disso colhe. Eu li os textos para os quais me encaminhaste lá na Cocanha (só por isso aqui vim...): perguntei se o que era afirmado pelo Tavares era, ou não, correcto, uma vez que o tal do Tavares era aqui citado. Resposta ao lado. Por mim estou respondido - e ponto final.

(Tens informações que contrariem o tal do Tavares? O que me ofereces é o pé de vento de quem já sabíamos que o tinha levantado - nada de novo. O que é preciso desmontar é só isto:

1. "o diploma permite a assistência fora das horas das visitas e pedida a qualquer momento por amigos, familiares ou pelo próprio".
2."Os empregos na função pública estão garantidos até à reforma".
3."O estado vai continuar a pagar a assistência religiosa".

É mentira? Não faço ideia. Perguntei. Chama-se crítica: o contrário dessa diatribe passional e cega que fazes passar por raciocínio, quando te chega a mostarda ao nariz...)

zazie disse...

Já te mostrei. O Tavares fale de que documento?

É apenas isto. Nem ele explicou de que portaria. Os bispos é que dizem que desapareceu um documento e agora aparece esta cena à má-fila.

O que ele também não diz é que qual a lei existente.

Aliás, ele não diz nada. Tu voltas a insistir numa treta que não tem nada a ver.

Não tem nada a ver com horas ou não horas. Leste o texto que deixei aí?

Sabes tu responder se foi acerca disso que o Tavares escreveu?

Sabes que raio de doucmento teve ele na mão? o que até ja tinha passado o crivo lá da laicidade e que desapareceu ou agora esta treta que eles até dizem que é ilegal?

Percebeste ao menos a diferença?

Uma coisa é continuarem a existir vínculos do ministério da saúde com essa função, outra a de deitarem isso para o lixo e largarem a assistência a uma série de burocracias onde nem se percebe quem pode conseguir o contrato ou quem não pode.

Pergunta ingénua: porque é que se quer mudar a lei?

Porque é que o Tavares nunca falou da lei que existe há tantos anos e só agora, quando investem contra a igreja é que se faz de ingénuo a dizer que no pasa nada.

No pasa nada? Se não passasse nada não andavam eles aos pulos. Eles, os Vitalinhos jacobinos, todos.

Já agora, também leste as asneiras acerca da xenofobia da chinatown comparada à xenofobia das judiarias? aquela que vinha desde o século XIII e acaba 300 anos depois no pogrom com 6 mil mortos, quando até já nem havia judiarias?

É por isto, sei o que vem dali, pois. Se não soubesse não falava. Sei que é fraude. Sei que é capaz de deturpar a História para vender uma boa historieta, quanto mais um decreto.

zazie disse...

O que é preciso é "desmontar isto" tu tens cá uma lata...

Mas isso aparece aí como? em que decreto? em que acordo? como? feito por quem?

Estamos tolinhos ou quê?
Está visto que ainda não chegámos ao Afonso Costa. Está visto que ainda não impediram a igreja de dar assistência nos hospitais, era o que faltava. Agora dar a recibo verde, por favor e retirar os acordos existentes é que é outra história.

E achas que isto é novidade? que só por cá é que aparecem estas tretas?

Eu até penso que é um 2 em 1. Meter ao bolso e avançar com "laicizações". A outra médica espanhola também anda lobbie pelo mesmo.

E essa até foi bem clara e explicou porque motivo em Espanha também querem retirar "privilégios" à igreja na assistência aos doentes (apesar de reconhecer que ninguém a faz melhor) porque também têm a agenda dos "direitos de saída". E querem trocar o que é da ordem da espiritualidade pelo que é da ordem da doutrinação de causas- da ideologia.

Estamos ceguinhos ou quê? e a desculpa com o "multiculturalismo" também é velha. Já os liberais fizeram o mesmo e os mata-frades da república idem- dividir para reinar- o principal inimigo deles é mesmo a Igreja Católica.

zazie disse...

Claro que me chega a mostarda ao nariz. Chega-me ainda mais quando vem acompanhada de manhas e sonsices.

Falem v.s claro e digam o que querem. Não venham agora com tretas que "no pasa nada" e que foi tudo inventado pelos capelães.

Até parece propaganda de estado, caramba. Se fosse coisa que tocasse nos sindicatos ou nas ONGs a ver se se faziam assim de ingénuos.

zazie disse...

Ah, e não são processos de intenção porque eu não sou velhaca. Pessoalmente nada tenho contra o Tavares. Só muito recentemente soube quem é, assim como ele sabe quem sou. Nunca conversámos mas sempre nos cumprimentámos com grande simpatia.

Não há aqui nada de pessoal, podes ficar tranquilo. Muito pelo contrário.

Tudo o que digo é fudamentado e sempre lho disse a ele directamente. Tudo. Nunca fiz nenhum processo de intenções. O que não impede de já o ler há muito e saber o que o motiva. Estão lá aqueles exemplos do Barnabé e não foram inventados por mim. E há muito mais. O suficente para poder fazer um pequeno retrato com alguma fidelidade.

Claro que este retrato não entra em todos os campos. Já escreveu muita coisa bem acertada. E é capaz de o fazer.

Mas, quando toca em religião não vale a pena. Não vale a pena esperar-se que pode sair dali algo isento e com verdade. Sai sempre sonsice. É na religião e "nas minorias". São os dois grandes dogmas.

O que se tornou mais irritante no texto foi escamotear aquilo que dantes até dizia à boca cheia na blogosfera. E inerter a historieta. Dando ares de grande democrata e atirando para cima da igreja a fabricação de um falso drama.
Isto é foi irritante. E é comum. Já com o VPV, em diálogo blogosférico, usou da mesma manha.

Antónimo disse...

Ou seja: não tens nada. De um lado, o diz que disse do Tavares, do outro, o diz que disse das capelanias... Nada, zero, népia.

(E essa dos "vocês", tudo embrulhado no mesmo papel pardo, deixa lá que também tem muito que se diga...)

zazie disse...

correcção: inverter e outras gralhas.

Vou indo. Quando lhes tocarem numa "minoriazinha" e fizerem a festa, avisem que é para assistir ao apanhar das canas

zazie disse...

ó maluco. Não tens aí o texto dos gajos? pelo menos parto do princípio que estão a falar verdade. E eles explicam a diferença.

Pergunta: foi disto que o Tavares falou?
Resposta: não. Não foi disto. Foi de uma fantasia em que quer fazer passar a ideia que existe um acordo bom e que eles é que estão a fazer fita.

Antónimo disse...

Bom fim-de-semana. Quando houver festa, eu, por mim (continuo a não perceber o plural), tenho o maior prazer em te avisar.

zazie disse...

Nesse segundo anteprojecto de que fala mantém-se o serviço de assistência espiritual e religiosa? Não, o serviço é completamente desmantelado ao arrepio do que acontecia no projecto anterior que demorou ano e meio a fazer e foi alvo de muitas consultas, tendo chegado a ser aprovado pela CLR e, de repente, esse documento desapareceu, volatilizou-se. Aconteceu a esse documento o que acontecerá aos serviços religiosos hospitalares se o actual regulamento for aprovado. O destino é esse.
A regulamentação existente está em vigor. Foi o próprio primeiro-ministro quem o confirmou num encontro em Julho com a delegação da Conferência Episcopal em que garantiu que, até que haja nova regulamentação, vigoram os decretos regulamentares que foram assinados, entre outros, por Francisco Sá Carneiro, Freitas do Amaral, Cavaco Silva e Mário Soares. O que eu pergunto, face ao novo projecto regulamentador, é se se está a duvidar da constitucionalidade da legislação assinada por eles.


É disto que ele fala?

zazie disse...

O plural há-de ser simples. Vieste aqui por causa disto e não o viesta na condição de aprendiz de jurista, ou vieste?

zazie disse...

Desculpa lá mas não tenho pachorra para "conversa de talho". Agora vim só aqui para tirar dúvidas legais porque ando a fazer um estudo acerca de decretos do governo...

Não há pachorra, rapaz. Prefiro o Sir Francis Burnay a cheirar a enxofre. Ao menos não engana ninguém.

zazie disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
zazie disse...

http://www.laicidade.org/2007/09/12/rl-capelanias-hospitalares-e-liberdade-religiosa/


http://www.agencia.ecclesia.pt/noticia_all.asp?noticiaid=51142&seccaoid=3&tipoid=47


Também existe uma velha rivalidade entre a CLR e a Republica e Laicidade- estes últimos são os mesmos que moveram o processo dos crucifixos. São os que têm ligação ao Diário Ateísta.

Uma nota: também recebem benefícios estatais? Fica a pergunta.

zazie disse...

Fui lá confirmar o texto do RT.

Ele não diz que esteve com o diploma na mão. Zero. Não afirma nada disso. A afirmação é tua.

E é sempre assim: fala-se em fontes e depois não existem. Era simples. Se a questão é um mero floreado legal e tudo resto de cartas e pressões que eu coloquei é mentira, então, o mais correcto seria postar-se o tal diploma.

Simplesmente eu ia jurar que não houve acesso a nenhum diploma. Diploma que se diz que era secreto e que só agora a "imprensa teve acesso". A imprensa? acesso a quê?

A que diploma?
Hão-de andar a falar todos do mesmo- do que já se sabia por pressão que era desejado e do que os bispos se queixaram.

zazie disse...

Por isso é que é tudo igual o que dizem. O RT repete o Vital, a Cancio Repete os 2 e mais nada.

Hão-de ter estado tanto a estudar diplomas do governo como eu.

Antónimo disse...

Exactamente! Tanta conversa, para chegares onde eu já tinha estado:

"Ou seja: não tens nada. De um lado, o diz que disse do Tavares, do outro, o diz que disse das capelanias... Nada, zero, népia."

(Se quiseres continuar esta conversa, não vejo porquê, mas se quiseres, uma vez que se tornou um monólogo a dois e eu não gosto de aumentar artificialmente as audiências de blogs de que não gosto, sugiro a minha casa ou a tua. Beijocas)

Antónimo disse...

Já agora, e para que isto não pareça mais antipático do que é: o José é um blogger cordato e bem-educado, tem sempre a amabilidade de responder e a coragem de manter os comentários completamente abertos, o que neste meio não é pouco. O que acontece é que os tipos porreiros não têm, necessariamente, coisas interessantes para dizerem... O interesse das coisas que se dizem é, bem entendido, relativo e o remédio é simples: não se frequentam as tertúlias quando não nos interessam.

zazie disse...

ehehe

Leva lá a taça.

Tens aí montes de textos a explicarem a diferença e insistes que tudo se resume ao que o Tavares escreveu.

Eu até te digo mais, nem o que ele escreveu tu percebeste.

Por exemplo: ele cita aquela frase de que os contratos na funcção pública se vão manter até à reforma.

Tu retiras daí o quê? que vai haver contratos até à reforma.

Errado. Ele alterou a frase. Como sempre, consegue fazer passar mensagens com pequenos truques.

O que foi dito é que alguns contratos já existentes vão-se manter- ou seja, não vão despedir quem já tem vínculo, o que é normal. Assim acontece em todo o lado. Mas não quer dizer que admitam mais. Percebes a diferença?

Também diz que vão dar assistência, mas não explica em que condições nem fala nos recibos verdes ou nos contratos por SNS.

Por último. Tanto tu como ele repetem uma palavra que eu não sei o que significa.

Há um diploma aprovado pelo Ministério da Saúde? é o Ministério que agora faz leis? não é o estado?

O diploma já está aprovado ou isto é apenas negociação entre propostas do Ministério que carecem de aprovação e que se inscrevem numa mudança de lei?

Ele teve acesso a quê? a negociações entre Ministério e capelães, a propostas levadas para a CLR, a leis a serem feitas na assembleia ou a meros documentos da República e Laicidade, como os que eu coloquei aí, que estão online e esses sim, são grupos de pressão a desejarem acabar com os contratos aos capelães bem como retirar símbolos religiosos?

Já agora, qual é a tua posição. A minha está dita, só a tua é que falta perceber. Agarraste-te a 3 frases para não dizeres nada.

zazie disse...

Por mim não vejo qualquer interesse em desconversar noutro lado.
Gosto muito deste blogue e acho que não temos nada a dizer um ao outro acerca disto.

De qualquer forma tinhas lá o meu post. Se preferiste comentar aqui foi opção tua.

Beijoca para ti também. Há assuntos que não merecem "debate" porque são posições inconciliáveis.

Se falei no plural foi precisamente por pensar que a tua posição é ateia e jacobina. Se não é, a culpa do engano no plural não é minha, mas tua que te descartaste em floreados da lei e em 3 frases do RT

zazie disse...

Quanto a este post do José assino-o por baixo.

A única passagem em que se refere ao RT (e nem foi por isso que linkei o post) diz apenas que ele "desconversa".

É isso mesmo. O José entendeu com muita perspicácia do que se tratou aquela suposta "verdade acerca da inventona dos capelães"- foi desconversar. Por também saber que esse é o estilo dele é que falei no assunto.

As desconversas são modos perversos de fazerem passar mensagens como sendo mentiras dos outros. Ele é mestre nisso.